domingo, 20 de maio de 2007

Soluções para o aquecimento global

Reunidos desde o dia 27 em Bangcoc, Tailândia, os cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) preparam o terceiro relatório sobre o aquecimento global. Desta vez, os especialistas irão anunciar medidas que devem ser tomadas para se minimizar os impactos causados pelo clima.

Uma das sugestões será a criação de um programa mundial para capturar gases do efeito estufa em usinas de energia e fábricas. O estudo, que será apresentado na sexta-feira, também dirá que a geração de energia nuclear pode ser um meio eficaz para redução de emissões.

O primeiro relatório já apresentado confirmava as mudanças climáticas, o segundo informava como as mudanças climáticas afeta a humanidade, e agora serão apresentadas soluções para os problemas já indicados.

“É possível reduzir as emissões de gases do efeito estufa até 2030 a níveis até inferiores ao que a gente tem hoje”, garante Suzana Kahn, professora da Coppe/UFRJ e representante do Brasil no IPCC.

O relatório dirá que os combustíveis fósseis ainda estão tão abundantes e baratos, e que o consumo e as emissões de gases provenientes da sua queima irão provavelmente aumentar durante anos.

Também devem dizer que a melhor maneira de reduzir as emissões é capturar o CO2 e livrar-se dele permanentemente, seja enterrando ou injetando nas profundezas do oceano, para que se dissolva na água. Um estudo relacionado com o IPCC estima que cerca de 40% das emissões mundiais de CO2 podem ser capturadas dessa maneira.

Porém a tecnologia capaz de capturar e armazenar o CO2 emitido na atmosfera ainda não é muito avançada. Existem apenas três projetos de escala industrial para armazenamento em operação no mundo – na Noruega, Argélia e no Canadá. Todos eles injetam CO2 em rochas subterrâneas, mas são relativamente pequenos.

Segundo o relatório, a energia nuclear é considerada uma tecnologia madura e está sendo muito utilizada em todo o mundo. No entanto, sua capacidade de cortar o CO2 é duvidoso, porque ao invés de substituir os combustíveis fósseis, é mais utilizado como um acrescemo nas produções de energia.

O relatório dirá que o maior desafio é estabilizar o uso de energia para que a tecnologia nuclear e outras fontes alternativas possam começar a substituir os combustíveis fósseis.

Enquanto isso, uma saída é explorar as tecnologias já existentes. O setor da construção civil, por exemplo, possui grande potencial para redução de emissões. Com a aplicação de eficiência energética, consegue-se favorecer a ventilação, iluminação, etc. O uso de eletrodomésticos com menor consumo de energia também favorece o resultado final.

Os transportes são outros vilões. Para que esse problema seja resolvido, toda a população terá que mudar seus hábitos, avalia Kahn. Ela diz que os transportes envolvem o gosto em geral da população, quando se troca um veículo perfeitamente útil, por um 4x4, com maior desempenho. O senso de desempenho precisa também ser revisto, observa.

O especialista que integra a equipe da Tailândia sobre mudança climática, Anong Snidvong, da Universidade Chulalongkonr, de Bangcoc, prevê que este informe do IPCC provocará um debate quente e feroz. “O êxito do relatório será medido pela disposição dos governos em adotar novas tecnologias de energia para reduzir os gases causadores do efeito estufa em cada setor econômico de seu país. É necessária uma ação imediata”, avalia.

Fontes:

www.carbonobrasil.com

[Érico Cedraz ]


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